Autor: “Noam Chomsky* ”
Israel, Palestina e a estratégia de BDS
É necessário ampliar ainda mais a denúncia dos crimes que o Estado fascista e racista de Israel comete, com a permanente cobertura, apoio e cumplicidade dos EUA. Mas o facto de o sionismo empreender a ferro e fogo a consolidação de um Grande Israel em que a discriminação racial constitui um elemento central não deve conduzir a um paralelo imediato com o regime do apartheid. O caminho seguido por Israel é muito pior do que esse.
PlutonomÍa e precários:
O declive da economia estadunidense
Estamos a viver uma autêntica regressão para tempos muito negros. Se se pensa que isto está a passar-se no paÍs mais poderoso e rico da história, a catástrofe parece inevitável. Há que fazer alguma coisa, e fazê-lo rapidamente, com dedicação e de forma sustentável. Não será simples. Haverá, seguramente, obstáculos, dificuldades e fracassos. Mais: se o espÍrito surgido o ano passado, aqui e noutros rincões do mundo, não cresce e não consegue converter-se numa força de peso no mundo social e polÍtico, as possibilidades de um futuro digno não serão muito grandes.
“Perdendo o mundo”: o declÍnio dos EUA em perspectiva
O declÍnio dos Estados Unidos entrou há algum tempo numa nova fase: a do declÍnio autoinfligido. Desde os anos 70 tem havido mudanças significativas na economia dos EUA, Í medida que estrategas, estatais e do sector privado, passaram a conduzi-la para a financeirização e para a exportação de unidades industriais. Essas decisões deram inÍcio ao cÍrculo vicioso no qual a riqueza e o poder polÍtico se tornaram altamente concentrados, os salários dos trabalhadores ficaram estagnados, a carga de trabalho aumentou e o endividamento das famÍlias também.
Os Estados Unidos em decadência
Nos EUA, a supremacia do poder do grande capital sobre a polÍtica e a sociedade – basicamente financeira – chegou ao grau em que as formações polÍticas, que nesta etapa já pouco se parecem com os partidos tradicionais, estão muito mais Í direita do que a população nos principais temas em debate. E os seus interesses estão em radical oposição, tanto nos planos económico e social como no plano democrático. Resta saber quanto tempo mais as vÍtimas irão “sofrer em silêncio”, como diz Chomsky.
Diminui a influência do Ocidente
O apoio a ditadores, a governantes corruptos, traficantes de droga, assassinos, desde que fiéis a Washington, tem sido um dos principais pilares da polÍtica externa dos EUA.
Por isso, como Noam Chomsky diz no texto que hoje publicamos, os EUA tem o apoio de 10% dos árabes, enquanto 77% os consideram a sua maior ameaça.
A guerra no Afeganistão: ecos do Vietname
A analogia entre as duas agressões imperialistas que Chomsky estabelece neste artigo situa-se, não no plano militar, mas no plano da propaganda e da manipulação da opinião. Para o imperialismo conduzir uma cada vez mais alargada intervenção armada global, precisa de conduzir igualmente uma guerra, fundamentalmente mediática, contra o “inimigo interno”.
Nuvens Negras Sobre o Irão
Que o Irão não tem uma polÍtica agressiva nem pretende avançar para a bomba nuclear reconhece-o o Pentágono num relatório ao Congresso dos EUA de Abril passado: “A doutrina militar do Irão é estritamente «defensiva (Â…) concebida para atrasar uma invasão e forçar uma solução diplomática das hostilidades». O relatório diz ainda que «o programa nuclear do Irão e a sua vontade de manter aberta a possibilidade de desenvolver [sublinhado de odiario.info] armas nucleares (são) uma parte central da sua estratégia de dissuasão»Â”.
No entanto isso não impede os EUA de ameaçarem o Irão com uma invasão devastadora, com recurso a armamento nuclear.